Vale a pena ler, gostei pelo fato dela ser bem diferente...
Leia e se divirta...rsrs.
São seis álbuns gravados e mais de 700 mil CDs vendidos. Nos últimos dois anos, cerca de 7 milhões de pessoas assistiram aos shows da dupla Victor & Leo. Se é fenômeno da noite para o dia, ninguém explica, mas que eles parecem ter vindo pra ficar, é inegável. No lançamento de Borboletas, o Ragga Drops conversou com Victor sobre fama, mulherada, música, estrada e um bom relacionamento entre irmãos.
De um lado dos maiores sucessos sempre estão as bandas de rock. Do outro, as duplas sertanejas. Mas a gente vê preconceito do público entre um e outro. Como você vê isso?
Não sei, porque sou roqueiro pra caramba. Adoro rock. Como vou meter pau naquilo que gosto? A música que canto é composta e produzida por mim, então não tem nada a ver com muita música sertaneja que se conhece, é algo muito próprio. Tem muitos roqueiros que vão aos shows da gente e não gostam de música sertaneja. Nosso som é muito peculiar... Sou suspeito pra falar porque sou eu quem a faz, mas nossa música tem um formato muito diferente e, qualquer pessoa que for a um show nosso, vai perceber um público muito diverso, de várias tribos, que freqüenta nossos shows e gosta muito. Nunca, nenhum roqueiro famoso ou anônimo meteu o pau no meu trabalho. Não que eu saiba, então, só posso retribuir isso. Já vi meter pau na música sertaneja, em outras duplas, mas comigo e com o Leo, nunca aconteceu.
Só uma, das várias comunidades sobre vocês no Orkut, tem mais de 8 mil mulheres. Se chama “Victor e Leo - Só para Mulheres”. E aí? Como é essa relação com as fãs?
Não conheço essa comunidade. São muitas? Nossa relação com o público feminino é muito positiva e saudável. Lógico que existe um assédio grande. Mas a gente leva isso de uma maneira muito tranquila e respeitosa. Não nos consideramos sex symbols. Somos, acima de tudo, músicos. A gente sobe no palco pra fazer música e não gracinha. Nossa questão sensual é muito natural e artística. Mas a gente tem respeito e uma reciprocidade muito grande com o carinho e todo o assédio do público feminino.
Por que escolheram Uberlândia pra morar?
Mudamos pra cá em 2007 porque é um lugar mais centralizado. Pra podermos viajar pra diversas partes do país e, como aqui é o centro, existe um facilitador muito grande de logística de viagem. Fora que a cidade é muito tranquila. Até então, morávamos em São Paulo, que é muito agitado e um pouco diferente do que a gente gosta. Viajamos demais e acabamos ficando pouco em casa, mas quando estamos, preferimos um lugar mais tranquilo, como é Uberlândia.
Esse um ano e meio de diferença de idade entre vocês fazia com que brigassem mais ou menos quando crianças?
Quando crianças não. Na adolescência teve uma fase que a gente brigava bastante. Existia muito atrito, quando as diferenças de personalidade surgiram. Mas, com o tempo, a gente foi amadurecendo e vendo que muitas das brigas eram bobas e nos faziam sofrer porque a gente sempre se amou muito. Temos um carinho muito grande um pelo outro e, quando a gente brigava, me lembro que nos sentíamos muito mal. Tiveram as desculpas, em primeiro lugar e, hoje, a gente tem uma relação de muito mais respeito, maturidade e diálogo. Ainda existem diferenças entre nós, mas a maturidade nos proporcionou fazer com que isso se revertesse em nosso favor. O que o Leo tem de positivo e eu não, ele me passa e aceito. Com ele, da mesma maneira.
Quer dizer que a galera que está lendo tem que esperar amadurecer pra melhorar esses conflitos?
É preciso entender as diferenças. Não queira que o outro seja igual a você. Respeite isso e vai ver que a convivência, tanto com o irmão quanto com você mesmo, será mais saudável. É isso que a gente não entendia muito bem. A maioria das famílias tem isso: você quer que o outro seja igual a você e não dá o espaço. Isso gera um estresse desnecessário. Quando você entende que as diferenças é que dão o molho pra uma relação mais saudável, você vive mais feliz e proporciona mais felicidade para o outro.
Como é a relação de vocês com os instrumentos? Quem é bom em quê?
Meu instrumento é o violão e, no nosso CD, Borboletas, por exemplo, gravei todos os violões. Os solos e as bases dele ficam mais na minha mão. O violão, na verdade, é o centro do nosso som. Essa é a nossa característica, fora o nosso dueto, a forma como a gente canta... A gente vem amadurecendo a forma de cantar a própria música, além dos cinco anos que estudamos canto. Mas os arranjos de todos os instrumentos tocados no CD são nossos. Nós que criamos as frases, a forma da bateria, do contrabaixo, acordeão... De tudo.
E as composições? Isso é dom ou tem estudo também?
É um misto de coisas. Se você tem, por exemplo, o dom de desenhar, e não treinar, praticar bastante, buscar um pouco de teoria, acho que não vai usá-lo tão bem. O dom é o primeiro passo pra se fazer uma coisa com mais propriedade, mas acho que precisa de muita prática pra que isso se torne algo com mais qualidade e identidade. A minha primeira música foi feita em 1993 e, desde então, venho fazendo música fugindo de coisas que já conheço, buscando melodias mais intuitivas. Até que desenvolvi uma linguagem própria, clara e, também, meio que poética, algo natural. Mas não dá pra sentar e fazer uma música. Não tem um lugar, uma hora e pra quem, especificamente. A intuição e a inspiração são coisas sem data e regra e acontecem da forma mais natural possível. Todas as canções que fiz foram emoções que transformei em música. Muitas vezes, emoções que nem eram minhas, peguei na história de outra pessoa... Assim como são os arranjos e a produção do disco.
O novo CD, Borboletas, será trabalhado até quando e onde? Vocês gravaram em espanhol também.
O CD chegou em novembro nas lojas. A gente produziu e entregou pra gravadora, pra fazer a distribuição. A partir daí, acho que fica com a música. Ela é que leva multidões aos shows, não nós. Apenas representamos a música. O trabalho que ela faz, de entrar na vida das pessoas, mexer com o interior, é da música, não nosso. Depois que você lança, o trabalho fica com ela. Mas, como você representa, acaba sofrendo uma certa influência da consequência que ela gera.
Quantas pessoas viajam na equipe de Victor e Leo?
Na estrada são, mais ou menos, umas 35 pessoas. Tocando sou eu, mais um violão de apoio, a bateria, contrabaixo, e um acordeão, somente. E o Leo... São dois roadies, dois técnicos de som, o técnico de PA e de palco. O iluminador, um assistente de palco, o camareiro, os seguranças da gente, os da equipe, tem produtor de assessoria e um de estrada, tem os motoristas, carregadores e montadores de cenário e de iluminação, tem uma galera. Mas é só o necessário, nada em níveis luxuosos, apenas o pessoal que é necessário e a equipe que a gente precisa.
Entre 2007 e 2008, quase 7 milhões de pessoas assistiram aos shows de Victor e Leo. Isso dá quanto na conta bancária?
Rs. Aí não conta... Rs. É uma tristeza... Prefiro mil vezes os números que calculam espectadores do que os da minha conta bancária. Se eu te mostrar, você vai se surpreender e a gente vai sentar pra chorar junto.
Contamos para o Victor que sempre fazemos um conteúdo extra pra colocar nessa página aqui do lado e perguntamos o que ele acharia bacana estar linkado a imagens deles. Se liga na resposta:
“Poderia falar dos ídolos nordestinos que exercem uma influencia tão boa na música brasileira. Acho que os jovens hoje deveriam ter mais acesso à músicas de gente como Alceu Valença, Elba Ramalho, Fagner, Zé Ramalho... Existe um celeiro musical tão rico no Nordeste e tão pouco explorado pela juventude, que isso não deveria se perder em momento algum. Isso é, pelo menos, uma indicação minha.Esses dias, a gente fez uns shows no Nordeste e estava pensando isso “Poxa, há quanto tempo você não vê o Fagner cantando na TV?” São canções tão ricas. O próprio Alceu Valença faz tão pouca mídia. Talvez porque queiram mesmo, mas acho que o acesso da juventude atual deveria ser explorado por essa musicalidade deles, que é muito rica.”
Ragga Drops
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