Ao vivo e em cores Victor & Leo - Entrevista

Se estivéssemos em 2006 talvez quando ouvisse as músicas Vida Boa, Fada ou Amigo Apaixonado você não saberia quem era a dupla que a cantava à exaustão nas rádios de todo o Brasil. A voz já era inconfundível, mas o mesmo não poderia ser dito sobre Victor & Leo. A sombra da mídia, eles se consagraram sem gravadora e ganharam reconhecimento nacional sozinhos.
Na contramão do caminho feito por muitos artistas, a dupla que sobe ao palco da 41ª Expoagro (Exposição Agropecuária de Franca) hoje começou no "boca a boca" para então ir para rádios e televisão. Quando isto, enfim, aconteceu a maioria das pessoas já conhecia as músicas de Victor & Leo.
Passados cerca de quatro anos, os cantores não só não passam mais despercebidos como foram campeões na vendagem de discos sertanejos em 2009. De cada quatro comercializados, três eram de Victor & Leo. Vitor Chaves Zapalá Pimentel, o Victor, 35, que além de cantor é compositor, foi ainda o que mais lucrou com a arrecadação de direitos autorais, segundo o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Ele superou artistas com décadas de carreira como Caetano Veloso e até Roberto Carlos.
A dupla fez entre 2007 e 2009 cerca de 400 shows e acumula mais de 1,5 milhão de cópias vendidas, segundo a gravadora Sony. Recordistas de público, eles somam 7 milhões de espectadores no mesmo período e, comprovando essa tese, devem levar uma multidão ao Parque Fernando Costa. A organização da Expoagro espera mais de 15 mil pessoas.
O estilo de Victor & Leo - Leonardo Chaves Zapalá Pimentel, 33, - não pode ser descrito apenas como sertanejo, aliás, os cantores já disseram em inúmeras entrevistas não concordar com o gênero em que muitas vezes são incluídos, o "sertanejo universitário". O som dos dois mescla folk, pop, romantismo, country rock e sertanejo de raiz. Leo costuma dizer que coloca o pé no pop, sem perder a essência sertaneja
Nascidos em Abre Campo, Minas Gerais, a dupla que hoje, além de cantar, produz, compõe e arranja seus trabalhos, tem 18 anos de carreira, sete CDs lançados, três DVDs e um disponível também com a tecnologia Blu-ray. A discografia tem ainda um CD e um DVD gravado em espanhol. Nada es normal, uma das músicas que fazem parte deste trabalho, é, inclusive, uma das mais tocadas na América Latina.

"Fama e dinheiro não são sucesso", diz Victor

A dupla que faz sucesso em todo o Brasil e começa a ganhar o mundo, se apresenta hoje em Franca. Para te deixar com ainda mais água na boca para o show de hoje à noite, Victor, o parceiro de Leo concedeu uma rápida entrevista ao GCN Comunicação.

Comércio da Franca – As músicas que você compõe soam aos nossos ouvidos como uma expressão da alma. De onde vem a inspiração?
Victor – Como bem diz o escritor Ruben Alves, a inspiração é uma idéia que a gente não sabe de onde vem. Inspiração não escolha hora nem onde, mas no meu coração só vira canção aquilo que foi emoção verdadeira, seja baseada em vivências próprias ou não. Tenho também algumas canções em parcerias com o Leo, que possui uma intuição musical muito forte e de excelente gosto.

Comércio – A música Deus e eu no Sertão parece falar de uma relação que realmente existe entre o humano e o divino. Vocês são parte dessa relação? Pensam em gravar também música gospel?
Victor – Cada pessoa sente uma canção de sua forma e de um jeito próprio. O importante é que se sinta bem. Não há nenhuma intenção religiosa ou filosófica em Deus e Eu no Sertão. Ela surgiu apenas como uma ferramenta de paz para nós mesmos e depois , quando a gravamos, as pessoas disseram sentir-se em paz também. Isso é o bastante.

Comércio – Antes de se tornarem conhecidos você e seu irmão cantaram 14 anos na noite. Em algum momento acreditaram que se tornariam essa “febre” no País?
Victor – Continuamos fazendo o que amamos e isso é o mais importante. Sempre fomos muito felizes com música. Fama e dinheiro não são sucessos, são conseqüências e exigem responsabilidade. Sucesso é fazer o que se ama. Nossas canções chegaram primeiro que nossa imagem e isso se deu em meados de 2006. Em 2007, quando gravamos o primeiro DVD, Ao Vivo em Uberlândia, consequentemente nossa imagem ficou associada as canções.

Fonte: Comércio da Franca.