terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Em Amor de Alma, dupla mineira Victor & Leo retoma a herança do sertão

Sem deixar de lado o forró e a balada, pop e acordeom marcam presença no repertório que convida a dançar

Essência é uma palavra importante para descrever o novo trabalho de Victor & Leo. Nono CD em 20 anos de carreira da dupla, Amor de alma é nítido resgate das origens musicais dos irmãos, ou seja, da essência sertaneja.
Naturais de Abre Campo, na Zona da Mata mineira, eles cresceram ouvindo os clássicos que saíam da radiola do avô, Tonico Chaves. Eis que aqueles timbres voltam repaginados.
Sem desprezar as referências pop que colocaram a dupla em patamar invejável no recente cenário musical brasileiro, Amor de alma investe no que se pode chamar de sertanejo tradicional. O acordeom, por exemplo, é ouvido em 10 das 12 canções. Victor Chaves assina sete faixas sozinho e outra em parceria com o irmão. As demais são regravações.
PASSADO - Boteco de esquina abre o disco e manda um recado ao ouvinte. Primeiro: trata-se de álbum dançante, diferente dos outros. Segundo: as homenagens ao passado serão recorrentes, com direito à citação de Fio de cabelo, clássico gravado por Chitãozinho e Xororó na década de 1980.
E assim Amor de alma segue seu percurso, suas misturas. A canção que dá nome ao CD tem a sonoridade convencional da dupla: os violões de Victor destacados, com direito a solos, e letra romântica. Venha ver o mar, Mal resolvido e Lu são faixas que representam o momento forró.
A sequência “memória afetiva” traz sucessos antigos, como Fuscão preto, O doutor e a empregada, Passe livre e Se eu não puder te esquecer, de Moacyr Franco.
Como sempre, os irmãos insistem em reafirmar influências que vão de Eric Clapton ao Trio Parada Dura. Desta vez, Victor e Leo acrescentaram ao repertório a regravação da balada Sexy Yemanjá, de Pepeu Gomes e Tavinho Paes.
PAULA - Amiga de longa data, Paula Fernandes é a única convidada especial do álbum. A conterrânea mineira divide os vocais com os irmãos em Sonhos e ilusões em mim, uma das faixas mais lentas do disco.
Ainda que soe diferente da discografia de Victor e Leo, Amor de alma não parece fadado a ter trajetória muito distinta dos álbuns anteriores. A esses irmãos mineiros continua assegurado papel de destaque no cristalizado filão sertanejo.

Fonte: Divirta-se.

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